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APRESENTAÇÃO DO EVENTO

    A I Jornada Internacional de Filosofia da Educação/ III Jornada de Filosofia da Educação "Filosofia, Educação e Formação" é uma iniciativa da área de Filosofia e Educação do Programa de Pós-Graduação em Educação da FEUSP e tem como tema aglutinador de suas conferências, mesas e apresentações a tríade: Filosofia, educação e formação. Seu objetivo é fomentar o exame crítico dos desafios da formação educacional, do cotidiano escolar e de suas formas de discurso a partir de uma pluralidade de perspectivas teóricas. Foram propostos três eixos temáticos para as mesas e apresentações de trabalhos: 1) Ética, política e educação, 2) Poder e pensamento pedagógico e 3) Formação, ensino e linguagem.

    Nesta terceira jornada, a ideia é dar destaque para as questões éticas, políticas e da linguagem que transitam pelos campos da filosofia e da educação, iluminando-se mutuamente. Tais questões têm sido abordadas na FE USP a partir da leitura que seus professores têm feito de pensadores como Michel Foucault, Hannah Arendt e Ludwig Wittgenstein, dentre outros. Assim, embora muitas das questões e obras filosóficas que interessam à educação permaneçam fundamentalmente as mesmas, elas passam a ser lidas e analisadas sob novas perspectivas. E é a partir delas que se decidiu pela presente proposta de mesas redondas e palestras, ampliando o escopo e estrutura do evento por meio de duas ações complementares: as comunicações de pesquisa e a participação de um conjunto de pesquisadores internacionais em conferências e mesas-redondas. Dada a diversidade de perspectivas filosóficas, tanto dos conferencistas estrangeiros como dos debatedores de algumas das mais renomadas universidades brasileiras, espera-se que este encontro venha a promover um diálogo potencialmente fecundo entre pensadores que se distanciam quanto às perspectivas e filiações filosóficas, mas apresentam um elo em comum: a relevância dada em suas reflexões aos problemas educacionais.

BREVE HISTÓRICO DAS JORNADAS

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     A área de “Filosofia e Educação” do Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Educação da USP organizou duas jornadas prévias à proposta deste novo evento, ocorridas, em novembro de 2011 e 2012, na própria FEUSP.  O primeiro ciclo teve como motivação inicial uma acalorada discussão ocorrida em uma das reuniões de rotina da área, sobre a pertinência ou não da preposição “de” ligando duas áreas do conhecimento tão diferentes como a “Filosofia” e a “Educação”. Diante do impasse, achou-se por bem esclarecer a natureza destas distintas áreas do saber e suas diversas relações através de debates com outros colegas do nosso programa de pós, como também com pesquisadores convidados de outras unidades.

    Neste primeiro evento, sob o título “I Jornada de Filosofia da Educação – Filosofia e/da Educação?”, tendo em vista aprofundar o incipiente debate, iniciou-se com uma mesa voltada especificamente para a questão que havia dividido a nossa área de pós: filosofia e ou da educação? Em seguida sucederam-se três mesas-redondas que abordaram as relações entre áreas distintas da filosofia com a educação. Embora os vínculos apresentados da filosofia com a educação não tenham esgotado todas as demais possibilidades de interação entre estes dois grandes campos do conhecimento, e tampouco os argumentos pró e contra a questão que nos atiçava a tenham definitivamente respondido, pudemos avançar significativamente no debate, como se encontra registrado na coletânea a ser publicada ainda neste ano, juntamente com o material também enviado pelos participantes da segunda jornada. Participaram como palestrantes da primeira jornada os seguintes pesquisadores: Arley Ramos Moreno (Unicamp), Ralph Ings Bannell (PUC-RJ) e Walter Omar Kohan (UERJ); como também os professores da FEUSP, Celso Fernando Favaretto, Amaury Cesar Moraes, e Cristiane M. C. Gottschalk.

    Ainda nesse primeiro evento foi homenageado um dos fundadores da área de “Filosofia e Educação” do programa de pós da FEUSP e defensor tenaz da conjunção “e” ao invés do genitivo restritivo “da educação”: o prof. José Mario Pires Azanha. A comissão organizadora do primeiro ciclo de palestras foi constituída pelos professores Carlota Boto, Maria de Fátima Simões Francisco, Marcos Sidnei Pagotto-Euzebio e Cristiane M. C. Gottschalk.

     O segundo ciclo de palestras, sob o título, “II Jornada de Filosofia da Educação – Rousseau, 300 anos”, ocorreu nos dias 12 e 13 de novembro de 2013. Desta vez, a área de “Filosofia e Educação” não podia deixar de fazer outra homenagem, tendo em vista os 300 anos que nos separavam do nascimento de um grande pensador do além mar: o filósofo e educador suíço Jean-Jacques Rousseau, cuja influência se estende até nós através de outros eminentes educadores, como John Dewey, Maria Montessori, Georg Kerschensteiner, dentre outros, considerados representantes do movimento que ficou conhecido como a escola nova, concepção de educação com diversos matizes e bastante presente nos documentos oficiais e nas salas de aula das escolas brasileiras. A nova comissão organizadora, constituída pelos professores da casa Gilda Naécia Maciel de Barros, Maria de Fátima Simões Francisco e Marcos Sidnei Pagotto-Euzebio, pôde contar com a presença de colegas especialistas no filósofo genebrino que trouxeram diferentes olhares tanto para a sua obra como também para a revolução educacional deflagrada por suas idéias. Em particular por sua proposta de uma educação negativa atrelada a uma nova concepção de homem, o que levanta questões que envolvem diferentes domínios do saber, como a literatura, a ética, a política e as relações entre teoria e prática , tão argutamente escrutinadas nos textos apresentados pelos convidados externos, os professores Marlene de Souza Dozol (UFSC) e Claudio A. Dalbosco (Univ. de Passo Fundo); e os colegas da FEUSP, Maria de Fátima Simões Francisco e Amaury Cesar Moraes.

     Como contraponto a esta perspectiva hegemônica na educação contemporânea, este segundo ciclo também teve o privilégio de contar com a palestra da professora Angela Lorena Fuster Peiró da Universidade de Barcelona, especialista na filósofa Hannah Arendt, que na década de cinquenta havia se tornado bastante conhecida no meio educacional com seu texto “A crise na educação”, ao dirigir uma crítica contundente a alguns princípios da escola nova.

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